domingo, 7 de novembro de 2010

Entre Cacos e Cordas


‘Você pode tentar fingir que eu não estou aqui,mas duvido que consiga.Minha presença se nota a distância,e você não consegue disfarçar que pensa em mim até quando está com outros garotos.Eu sei da sua incapacidade e de sua fragilidade diante de mim,eu sei de tudo.’

Às vezes as pessoas acham que nos conhecem simplesmente por que fingimos que elas sabem. E nem todo mundo sabe fingir sem se ferir,mas não queremos que notem essa nossa fraqueza,por isso fingimos que somos fortes o suficiente pra conseguir nos livrar da dor,sem deixar que nos julguem e achem que somos fracos e incapazes.

Durante anos eu lutei pra conseguir ser como eu sou.Lutei por amor,lutei por ideais,lutei contra o fracasso e contra meus pesadelos.Durante anos eu fui o espelho,e agora sou os cacos.É o que pensam.As pessoas acreditam que se quebrarmos um espelho teremos 7 anos de azar.E eu acabei de quebrar um espelho,mas não vejo o azar.O azar existe se você acreditar,e se você não acreditar ele simplesmente ‘não será’.É a lei.

Eu era um espelho.Quando eu tinha 7 anos alguém me empurrou no chão e eu me quebrei em cacos.E quando eu tinha pouco mais de 19 também me empurraram e quebraram-me em 7 partes semelhantes.Cada parte foi se contorcendo de dor,até obter força o suficiente para se juntas às outras partes e se transformarem completamente em um espelho inteiro.Hoje eu me vejo refletida em mim mesma.

Aprendi que há duas cordas : uma é forte e a outra sou eu.E sempre foi assim,desde que eu comecei a entender o mundo,e desde que eu comecei a perceber que dentro do mundo estava eu,e dentro de mim havia um mundo,uma colheita que precisava ser regada,algo que não produzia nada se eu não regasse.

Eu não quero mais ser a corda que todos puxam,a corda que tanto se arrebenta. Quero mostrar que eu não sou tão forte,mas que também não sou um poço de fraqueza.

Realmente isso tudo está sem nexo algum.E eu tenho notado isso.Tenho percebido que as pessoas me julgam como um espelho,e alguns como uma corda frágil. Talvez eu seja mesmo a garota que se encanta com tudo que vê,ou uma garota da tevê. Não veja um cristal.

Não veja um espelho.

Não veja uma corda.




Não compreenda o que não se dá pra compreender.

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