quarta-feira, 21 de julho de 2010

Meu Silencio


Fechei a porta de casa e dirigi-me até a praia, hoje era um daqueles dias que precisava de me sentir mais proximo de ti, mais próximo de quem verdadeiramente sou. Descalça percorro a praia sentindo a areia contra a minha pele, olho para tras e apenas minhas pegadas estão hoje marcadas, em momentos passados quase que jurava que ali se encontravam mais umas. O vento sopra meus cabelos para a face como se me tentasse impedir de ver o percurso a percorrer, como se a me tentar a desistir de fazer o percurso que tenho a fazer. Precisava de me sentir mais perto de ti, de me recordar do som da tua voz que a distancia teme em distorcer e ganhar força para relembrar todas aquelas palavras que as ondas trazem ate mim. Sentei-me numas pedras que ali encontrei e fiquei a sentir a fria agua do oceano molhar-me. Senti as ondas a acabarem junto à minha mão, tentei agarrá-las mas tudo desmoronou-se em minhas mãos, tentei fechar a mão e agarrá-las mas a sua verdadeira beleza, o que tanto amo nelas só posso vislumbrar quando são livres, não as posso prender.

Isto não é uma despedida, apenas um desabafo, apenas uma dor que me atormentava e fiz dela um aglomerado de palavras. Sinto-me a margem da vida que decorre, à margem de uma vida que é a tua e nunca será a minha. Sinto que a resposta para tudo em breve irá surgir e que muito provavelmente não será a que desejamos mas a que algo muito superior a nós assim quis que fosse. Fecho os olhos e meus olhos enchem-se de lágrimas que não deixo cair, lágrimas que não mudam em nada nossas histórias. Tu não me pertences, nunca pertences-te. Alguem antes de mim escreveu seu nome na folha que estava em branco esperando por ser preenchida e eu cheguei tarde demais. Gritei pelo teu auxilio e nem te apercebeste que eu precisava de uma voz amiga e não de outra qualquer.

quinta-feira, 15 de julho de 2010





Draw with Me (Desenhe Comigo) é o nome desta bela animação criada por Mike Inel, sobre duas personagens que vivem separados por uma espécie de vidro indestrutível e resolvem se comunicar através de desenhos. O autor dedica esta linda história de amor, a uma amiga da qual ele não revela a identidade.

Todo Mundo tem uma Tristeza em Si


Minha alma clama, chora
não sei , não entendo o que ela quer dizer
as palavras, parecem desconexas
gritos! Apenas gritos guturais escuto.

Medo de morrer, morrer em si
perder o eu, e se tornar alguém
os gritos da minha aura interna dizem,
apenas dizem, e eu? Eu apenas sinto.

Só consigo sentir, e sei que ela pede ajuda
ajuda a mim alma tola? Ah se eu pudesse ajuda-la...
me sinto mal, me sinto podre, mas a quem reclamar?
O que eu fiz? não sei, talvez eu mereça...

Mais ainda assim minha alma chora
cada parte dela se destrói e se perde
e eu junto com ela, perco minha identidade
e definho em minha juventude tão cheia de sonhos.

Tão cheia de apenas simples devaneios
só ilusões, e cobranças, onde passei de ele, à aquilo
onde deixei de me sentir normal, por causa dos outros
um ser com razão? Razão de quê? Razão pra quem?

Ainda tenho que sorrir enquanto choro por dentro
então pra quê tentar? Porquê continuar a tortura?
Sei, é eu sei...
é porque apesar de sofrer e me iludir, de uma coisa ainda tenho certeza:
Ainda sou humano, ainda há esperança.

Um dia ...


Um dia você entrou na minha vida apareceu de repente, sem nada pedir, sem nada dizer, seu rosto tão familiar, tão simples, tão lindo.Quando me vi, esta ao seu lado sorrindo, beijando, amando.você sempre ali, tão perto tão presente, tão perfeito.
Esse sentimento forte, dominante como altas ondas a me envolver a me aquecer, me vi no fundo desse mar, me afogando na essência dessa emoção. Vi nossos corpos se unirem,nossas bocas se tocarem vi cumplicidade no seu olhar vi meu futuro nos seus olhos.

A doença da Morte


« Deverias não a conhecer e tê-la encontrado por toda a parte ao mesmo tempo, num hotel, numa rua, num comboio, num bar, num livro, num filme, dentro de ti, em ti, ao acaso do teu sexo erguido na noite que procura um lugar onde se meter, onde se libertar do choro que o enche.
(...)

Às vezes andas no quarto à volta da cama ou ao longo das paredes ao lado do mar.
Às vezes choras.
Às vezes sais para o terraço ao frio que começa.
Não sabes o que contém o sono daquela que está na cama.
Tu, daquele corpo, querias partir, querias voltar a outros corpos, ao teu corpo, voltar a ti mesmo e ao mesmo tempo é por teres de fazer isso que choras.
(...)

Acorda. Olha para ti. Diz: A doença avança cada vez mais em si; está nos seus olhos, na sua boca.
Tu perguntas: Que doença?
Ela diz que ainda não sabe dizer.
(...)
Ela estaria sempre pronta, com ou sem vontade. Precisamente sobre esse ponto nunca poderias saber nada. Ela é mais misteriosa do que todas as evidências exteriores que até ali conheceste.
Também nunca poderás saber nada, nem tu nem ninguém, nunca, do modo que ela vê, coo ela pensa sobre o mundo e sobre ti, o teu corpo e o teu espírito, e essa doença que na opinião dela te atingiu.
(...)
Vais acordá-la. Perguntas-lhe se é prostituta. Ela faz sinal que não.
Perguntas-lhe porque aceitou o contrato das noites pagas. Ela responde com uma voz ainda adormecida, quase inaudível: Porque logo que me falou; vi que estava doente, com a doença da morte. Durante os primeiros não fui capaz de dar um nome a essa doença. E depois fui capaz.
(...)
Perguntas-lhe: A doença da morte é mortal em quê? Ela responde: É nisto de quem está doente não saber que a transporta em si, à morte. E também nisto de se vir a morrer sem uma vida prévia de que morrer, sem conhecimento algum de morrer de nenhuma vida.
(...)
Regressas ao terraço em frente ao mar negro.
Há em ti soluços e não sabes porquê. Estão suspensos de ti como se te fossem exteriores, não podem juntar-se a ti para que os chores. Face ao mar negro, encostado à parede do quarto onde ela dorme, choras por ti como o faria um desconhecido.
(...)
Descobres que é ali, dentro dela, que se fomenta a doença da morte, que é essa forma perante ti estendida que decreta a doença da morte.
(...)
Tu choras.
O choro acorda-a. Olha para ti. Olha para o quarto. E olha novamente para ti. Acaricia-te a mão. Pergunta: Porque é que chora? Tu dizes que ela é que tem de dizer porque é que choras, que ela é que deveria sabê-lo

Ela responde muito baixo, docemente: Porque não ama.
Tu respondes que é isso.
Ela pede-te que lhe digas isso claramente.
Dizes: Eu não amo.
Ela diz: Nunca?
Tu dizes: Nunca.
Ela diz: o desejo de estar quase a matar um amante, de o guardar para si, para si apenas, de se apoderar dele, de o roubar contra as leis, contra todos os impérios da moral, não conhece esse desejo, nunca conheceu?
Dizes: Nunca.
Olha para ti, repete: É curioso, um morto.
(...)


Um dia ela já não está ali. Acordas e ela já ali não está. Partiu de noite. A marca do corpo ainda está nos lençóis, está fria. (...)
Não há mais nada no quarto, só tu. O corpo dela desapareceu. A diferença entre tu e ela confirma-se pela sua repentina ausência.
Ao longe, nas praias, gaivotas gritam na escuridão a acabar, começariam já a alimentar-se dos vermes do lado a remexer nas areias que a maré baixa abandonou. No escuro, o grito louco das gaivotas esfomeadas, parece-te de repente que nunca o ouviste.
Ela não voltaria nunca.
Nessa noite em que partiu, num bar, contas a história. Primeiro como se fosse possível fazê-lo, e depois desistes.
(...)
Quando choraste foi só por ti, e não pela admirável impossibilidade de te juntares a ela através da diferença que vos separa.
De toda a história reténs apenas determinadas palavras que ela disse no sono, essas palavras dizem aquilo que te atingiu: Doença da morte.
Depressa desistes, deixas de a procurar, nem na cidade, nem na noite, nem no dia.
No entanto, assim pudeste viver este amor da única maneira possível para ti. Perdendo-o antes que acontecesse. »»

Two Is Better Than One


I remember what you wore in our first day
You came into my life
And I thought "hey, you know, this could be something"
'Cause everything you do and words you say
You know that it all takes my breath away
And now I'm left with nothing ♪

Boys like girls e Taylor Swift !

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Minha Imagem


Há uma garota em meu espelho, eu me pergunto quem é ela. Às vezes penso que a conheço, ás vezes penso que realmente gostaria de conhecê-la. Há uma história em seus olhos, canções de ninar e despedidas e quando ela está olhando de volta para mim posso dizer que seu coração se quebra com facilidade... A garota do meu espelho chora durante as noites e não há nada que eu possa dizer à ela para que ela se sinta bem. A garota do meu espelho está chorando por sua causa, gostaria que houvesse algo que eu pudesse fazer. Adoraria vê-la como antes mas quando ela olha de volta para mim sei que nada realmente é fácil... Eu não consigo acreditar but I see, the girl in the mirror is me.

Existir


Embora tenha passado por tudo que passei,
não me arrependo dos problemas em que me meti
porque foram eles que me trouxeram
até onde eu desejei chegar.
Agora tudo que tenho é esta espada,
e a entrego para todo aquele que deseja seguir sua peregrinação.
Levo comigo as marcas e
cicatrizes dos combates elas são testemunhas do que vivi,
e recompensas do que conquistei. São estas marcas
e cicatrizes queridas que vão me abrir as portas do Paraíso.
Houve época em que vivi escutando histórias de bravura.
Houve época em que vivi apenas porque sou um guerreiro,
e porque quero um dia estar na companhia
Daquele por quem tanto lutei.