quarta-feira, 21 de julho de 2010

Meu Silencio


Fechei a porta de casa e dirigi-me até a praia, hoje era um daqueles dias que precisava de me sentir mais proximo de ti, mais próximo de quem verdadeiramente sou. Descalça percorro a praia sentindo a areia contra a minha pele, olho para tras e apenas minhas pegadas estão hoje marcadas, em momentos passados quase que jurava que ali se encontravam mais umas. O vento sopra meus cabelos para a face como se me tentasse impedir de ver o percurso a percorrer, como se a me tentar a desistir de fazer o percurso que tenho a fazer. Precisava de me sentir mais perto de ti, de me recordar do som da tua voz que a distancia teme em distorcer e ganhar força para relembrar todas aquelas palavras que as ondas trazem ate mim. Sentei-me numas pedras que ali encontrei e fiquei a sentir a fria agua do oceano molhar-me. Senti as ondas a acabarem junto à minha mão, tentei agarrá-las mas tudo desmoronou-se em minhas mãos, tentei fechar a mão e agarrá-las mas a sua verdadeira beleza, o que tanto amo nelas só posso vislumbrar quando são livres, não as posso prender.

Isto não é uma despedida, apenas um desabafo, apenas uma dor que me atormentava e fiz dela um aglomerado de palavras. Sinto-me a margem da vida que decorre, à margem de uma vida que é a tua e nunca será a minha. Sinto que a resposta para tudo em breve irá surgir e que muito provavelmente não será a que desejamos mas a que algo muito superior a nós assim quis que fosse. Fecho os olhos e meus olhos enchem-se de lágrimas que não deixo cair, lágrimas que não mudam em nada nossas histórias. Tu não me pertences, nunca pertences-te. Alguem antes de mim escreveu seu nome na folha que estava em branco esperando por ser preenchida e eu cheguei tarde demais. Gritei pelo teu auxilio e nem te apercebeste que eu precisava de uma voz amiga e não de outra qualquer.

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